Cirurgia de Anel de Ferrara em Curitiba

O ceratocone, uma doença progressiva que afeta a córnea, tem impacto significativo na visão e na qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Caracterizada pelo afinamento e deformação da córnea em formato de cone, essa condição pode progredir lentamente, levando a visão embaçada, sensibilidade à luz, e distorção das imagens. Durante anos, o tratamento do ceratocone se restringia ao uso de óculos ou lentes de contato rígidas, que apenas corrigiam temporariamente os sintomas. No entanto, o desenvolvimento da cirurgia de anel de Ferrara trouxe uma solução inovadora, oferecendo esperança para pacientes que buscam melhorias duradouras em sua visão.

Neste artigo, vamos explorar os detalhes dessa técnica cirúrgica revolucionária, entendendo o que a torna tão eficaz, os candidatos ideais para a cirurgia, o procedimento passo a passo, o pós-operatório e os benefícios que ela oferece a longo prazo. Também analisaremos as possíveis complicações e as recomendações mais recentes da literatura médica sobre o anel de Ferrara, proporcionando uma visão abrangente e detalhada para oftalmologistas e profissionais da área.

O que é o anel de Ferrara e como ele atua no ceratocone

O anel de Ferrara é um implante intracorneano desenvolvido especificamente para tratar deformidades causadas pelo ceratocone. Diferente de outras abordagens, como transplantes de córnea, o anel de Ferrara visa reestruturar a córnea de maneira menos invasiva. Sua principal função é regularizar a superfície corneana, aliviando o grau de irregularidade e, consequentemente, melhorando a acuidade visual do paciente.

O implante é feito de um material biocompatível, geralmente PMMA (polimetilmetacrilato), e tem formato semicircular. Esses segmentos semicirculares são inseridos na córnea com o objetivo de achatar sua curvatura, corrigindo assim o formato irregular que caracteriza o ceratocone. A posição exata e o número de segmentos utilizados são determinados pela gravidade do ceratocone e pelas especificidades anatômicas de cada paciente.

O efeito do anel de Ferrara é basicamente mecânico. Ao ser inserido no estroma corneano, ele exerce uma pressão que redistribui as forças na córnea, achatando a área mais protrusa (geralmente a parte central e inferior da córnea) e restaurando, pelo menos parcialmente, sua forma natural. Essa correção leva a uma melhora significativa na visão, embora não elimine completamente a necessidade de óculos ou lentes de contato, em muitos casos.

Quem são os candidatos ideais para a cirurgia de anel de Ferrara?

Nem todos os pacientes com ceratocone são candidatos à cirurgia de anel de Ferrara. Geralmente, o procedimento é indicado para indivíduos que apresentam ceratocone em estágios moderados a avançados, quando o uso de lentes de contato já não é suficiente para corrigir a visão. No entanto, o anel de Ferrara é mais eficaz em pacientes que ainda possuem um nível razoável de espessura corneana, pois uma córnea extremamente fina pode não suportar o implante com segurança.

Além disso, o paciente ideal é aquele cujo ceratocone não tenha progredido de forma rápida ou severa nos últimos meses. Isso porque a inserção do anel pode não ser tão eficaz em casos em que a córnea já está gravemente comprometida. A estabilidade da condição é, portanto, um fator crucial na determinação da viabilidade do procedimento.

Outro grupo de pacientes que podem se beneficiar do anel de Ferrara são aqueles que estão evitando ou adiando o transplante de córnea. Embora o transplante de córnea seja uma opção definitiva para o ceratocone avançado, ele envolve maiores riscos, tempo de recuperação prolongado e possibilidade de rejeição do enxerto. Assim, o anel de Ferrara pode ser uma alternativa menos invasiva e com menores complicações, especialmente para quem ainda apresenta espessura corneana adequada e busca retardar a necessidade de um transplante.

Como é realizado o procedimento da cirurgia de anel de Ferrara

A cirurgia de anel de Ferrara é um procedimento minimamente invasivo, realizado geralmente sob anestesia local com o uso de colírios anestésicos. O paciente permanece consciente durante toda a operação, que costuma durar entre 15 e 30 minutos. Abaixo está o passo a passo do procedimento:

  1. Planejamento cirúrgico: Antes da cirurgia, o oftalmologista realiza uma série de exames para mapear a córnea do paciente e determinar a localização exata dos segmentos a serem implantados. O planejamento é feito com auxílio de tecnologia de imagem avançada, como tomografia corneana, que avalia a topografia e a espessura da córnea.
  2. Criação do túnel corneano: O cirurgião utiliza um laser de femtossegundo ou lâminas especializadas para criar um túnel dentro da córnea, onde o anel será inserido. Esse túnel precisa ser suficientemente profundo para acomodar o anel sem perfurar a córnea.
  3. Inserção do anel: Os segmentos semicirculares são cuidadosamente introduzidos no túnel criado, posicionando-os conforme o plano cirúrgico preestabelecido. A precisão na colocação do anel é crucial para garantir a uniformidade na correção da curvatura corneana.
  4. Finalização: Após a inserção dos segmentos, o cirurgião verifica se os anéis estão corretamente posicionados e se há alguma complicação imediata. Em alguns casos, pode ser necessário um ajuste fino para otimizar o resultado. Não há suturas necessárias, uma vez que a incisão é mínima e cicatriza naturalmente.

Após a cirurgia, o paciente é liberado no mesmo dia, podendo voltar para casa. O processo de cicatrização é rápido, mas o paciente precisará seguir uma série de cuidados pós-operatórios para garantir a eficácia do procedimento.

Cuidados pós-operatórios e recuperação

A recuperação da cirurgia de anel de Ferrara tende a ser mais rápida e menos dolorosa do que outras intervenções oftalmológicas, como o transplante de córnea. No entanto, existem cuidados fundamentais que o paciente deve seguir para garantir que o processo de cicatrização ocorra adequadamente e para evitar complicações.

  • Uso de colírios: O oftalmologista geralmente prescreve colírios antibióticos e anti-inflamatórios para prevenir infecções e controlar a inflamação. O paciente deve seguir rigorosamente a prescrição e as orientações de uso desses medicamentos.
  • Proteção dos olhos: Nos primeiros dias após a cirurgia, o paciente deve evitar esfregar os olhos ou expor-se a ambientes que possam trazer partículas irritantes. Em alguns casos, é recomendado o uso de protetores oculares ou óculos escuros para minimizar a exposição à luz solar intensa.
  • Acompanhamento médico: As consultas de acompanhamento são essenciais para avaliar o progresso da cicatrização e o efeito do anel sobre a córnea. Nesses retornos, o oftalmologista poderá ajustar as doses de medicamentos e fornecer novas orientações conforme necessário.
  • Atividades físicas: Durante o período inicial de recuperação, atividades físicas intensas ou esportes de contato devem ser evitados para prevenir traumas oculares. A exposição à água, como piscinas e banhos de mar, também deve ser limitada para evitar infecções.

Benefícios e resultados a longo prazo

A cirurgia de anel de Ferrara oferece uma série de benefícios para pacientes com ceratocone, especialmente quando comparada a outras opções terapêuticas. Entre os principais resultados esperados estão:

  • Melhora significativa da acuidade visual: Muitos pacientes relatam uma melhora notável na qualidade da visão, especialmente na nitidez e na redução das distorções visuais. Essa melhora pode ocorrer nas primeiras semanas após a cirurgia e tende a se estabilizar ao longo dos meses seguintes.
  • Redução da necessidade de lentes de contato: Embora alguns pacientes ainda possam precisar de óculos ou lentes de contato após a cirurgia, a correção proporcionada pelo anel de Ferrara geralmente diminui a dependência desses auxiliares visuais, proporcionando maior conforto e liberdade.
  • Retardamento da progressão do ceratocone: Além de melhorar a visão, o anel de Ferrara pode ajudar a estabilizar a córnea, retardando a progressão do ceratocone em muitos casos
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