Cirurgia de Estrabismo em Curitiba

A cirurgia de estrabismo é um procedimento oftalmológico realizado para corrigir o desalinhamento dos olhos, uma condição que afeta tanto crianças quanto adultos. O estrabismo, também conhecido como “olhos cruzados” ou “desvio ocular”, ocorre quando os músculos que controlam os movimentos dos olhos não estão trabalhando de forma coordenada, fazendo com que os olhos apontem em direções diferentes. Isso pode afetar significativamente a visão, a estética e a qualidade de vida do paciente.

Neste artigo, exploraremos detalhadamente o que envolve a cirurgia de estrabismo, suas indicações, os diferentes tipos de procedimentos cirúrgicos disponíveis, os cuidados pós-operatórios e os resultados esperados. Este conteúdo foi cuidadosamente elaborado para oferecer informações precisas e completas, voltadas especialmente para profissionais da área da saúde ocular e pacientes que desejam compreender melhor este tipo de tratamento.

O que é o estrabismo e por que ele ocorre?

O estrabismo é uma condição caracterizada pela incapacidade dos olhos de se alinharem corretamente. Cada olho tem seis músculos que controlam seus movimentos, e para que uma pessoa tenha visão binocular (em que os dois olhos trabalham em conjunto), esses músculos devem funcionar de forma coordenada. Quando há um desequilíbrio na força ou no controle desses músculos, o estrabismo pode ocorrer. Isso significa que enquanto um olho está focado em um objeto, o outro pode desviar para cima, para baixo, para dentro ou para fora.

As causas do estrabismo variam. Em algumas pessoas, ele pode ser congênito, estando presente desde o nascimento ou manifestando-se nos primeiros anos de vida. Outras podem desenvolver a condição ao longo da vida devido a fatores como lesões, doenças neurológicas, tumores cerebrais ou outras condições sistêmicas que afetam os músculos oculares ou os nervos que os controlam.

Uma das consequências mais sérias do estrabismo é a ambliopia, também conhecida como “olho preguiçoso”, que ocorre quando o cérebro começa a ignorar as informações visuais provenientes do olho desviado. Isso pode resultar em perda permanente da visão em um dos olhos, especialmente se a condição não for tratada durante a infância.

Quando a cirurgia de estrabismo é recomendada?

A cirurgia de estrabismo é indicada quando os tratamentos não cirúrgicos, como o uso de óculos, terapias visuais ou oclusão do olho (tapar o olho mais forte para forçar o uso do olho mais fraco), não são suficientes para corrigir o desalinhamento ocular. Além disso, em casos em que o estrabismo causa desconforto estético ou dificuldades funcionais, a cirurgia pode ser uma solução recomendada por oftalmologistas.

A decisão de realizar a cirurgia depende de vários fatores, incluindo:

  • A idade do paciente: Crianças com estrabismo congênito podem se beneficiar da cirurgia precoce, enquanto adultos com estrabismo adquirido podem necessitar de cirurgia em qualquer idade.
  • A gravidade do desalinhamento ocular: Desvios leves podem ser tratados com métodos não invasivos, mas desalinhamentos mais graves geralmente requerem intervenção cirúrgica.
  • A resposta a tratamentos anteriores: Se os métodos conservadores não forem eficazes, a cirurgia pode ser considerada como uma alternativa.
  • A presença de sintomas como visão dupla, desconforto ocular ou fadiga visual: Esses sintomas podem ser aliviados com a cirurgia.

Como é realizada a cirurgia de estrabismo?

A cirurgia de estrabismo é, em sua essência, uma cirurgia dos músculos oculares. O objetivo é reposicionar um ou mais músculos que controlam o movimento dos olhos para que eles voltem a se alinhar corretamente. Dependendo do tipo e da gravidade do estrabismo, o cirurgião oftalmológico pode realizar uma ou mais técnicas, entre elas:

Ressessão Muscular: Nessa técnica, o cirurgião corta uma parte do músculo que está puxando o olho para a direção errada e o reposiciona mais para trás no globo ocular. Isso reduz a força do músculo e permite que o olho se alinhe adequadamente com o outro olho.

Ressecção Muscular: Ao contrário da recessão, a ressecção envolve o encurtamento do músculo que está enfraquecido. O objetivo é aumentar a sua força para ajudar o olho a se mover na direção correta.

Plicatura Muscular: Essa técnica é uma alternativa à ressecção, em que o músculo é dobrado sobre si mesmo para aumentar sua força.

Enfraquecimento Muscular: Quando o músculo está muito forte e puxa o olho excessivamente, o cirurgião pode realizar uma técnica para enfraquecer o músculo, permitindo um movimento ocular mais equilibrado.

Essas cirurgias são realizadas sob anestesia geral ou local, dependendo da idade do paciente e da extensão do procedimento. O oftalmologista fará pequenas incisões na conjuntiva (a membrana transparente que cobre o branco dos olhos) para acessar os músculos oculares. Após o reposicionamento dos músculos, as incisões são fechadas com pontos finos, que geralmente se dissolvem por conta própria.

A cirurgia pode envolver um ou ambos os olhos, dependendo do tipo de estrabismo. Mesmo que apenas um olho esteja desviado, pode ser necessário ajustar ambos os olhos para obter um alinhamento perfeito e equilibrado.

Cuidados pós-operatórios e recuperação

Após a cirurgia de estrabismo, o paciente será monitorado durante um curto período na clínica antes de ser liberado para casa. É normal que os olhos fiquem vermelhos e sensíveis por alguns dias após o procedimento. Alguns pacientes podem sentir um desconforto leve, como uma sensação de areia nos olhos, que pode ser aliviado com o uso de colírios lubrificantes e medicamentos prescritos pelo oftalmologista.

Durante o período de recuperação, é importante seguir algumas orientações para garantir o sucesso do procedimento:

  • Evitar coçar ou esfregar os olhos, pois isso pode comprometer a cicatrização.
  • Utilizar os colírios e medicamentos conforme prescritos pelo médico.
  • Evitar atividades que possam aumentar a pressão nos olhos, como mergulho, levantamento de peso ou esportes de contato, por pelo menos algumas semanas.
  • Comparecer a todas as consultas de acompanhamento para garantir que a cicatrização esteja ocorrendo conforme o esperado e que os olhos estejam se alinhando corretamente.

A maioria dos pacientes pode retornar às suas atividades normais, como trabalho e escola, dentro de uma a duas semanas após a cirurgia. No entanto, atividades que envolvem esforço físico intenso ou exposição a ambientes poluídos podem precisar ser evitadas por um período mais longo.

Resultados esperados e possíveis complicações

A cirurgia de estrabismo tem uma alta taxa de sucesso, com muitos pacientes experimentando uma melhora significativa no alinhamento ocular e na qualidade de vida após o procedimento. No entanto, como qualquer cirurgia, existem riscos e possíveis complicações que devem ser considerados.

Algumas das complicações mais comuns incluem:

  • Hipercorreção ou hipocorreção: Em alguns casos, o olho pode acabar se movendo demais ou de menos após a cirurgia, resultando em um novo desalinhamento. Se isso ocorrer, uma cirurgia adicional pode ser necessária para ajustar a posição dos músculos oculares.
  • Infecção: Embora rara, a infecção pode ocorrer em qualquer cirurgia. O uso de colírios antibióticos e a manutenção de uma boa higiene ocular ajudam a minimizar esse risco.
  • Visão dupla temporária: Alguns pacientes podem experimentar visão dupla nos primeiros dias após a cirurgia, à medida que o cérebro se ajusta à nova posição dos olhos. Esse sintoma geralmente é temporário e desaparece com o tempo.

A cirurgia de estrabismo é uma solução eficaz para corrigir o desalinhamento ocular e melhorar tanto a função visual quanto a aparência estética dos olhos. Com uma avaliação adequada, técnicas cirúrgicas precisas e cuidados pós-operatórios diligentes, a maioria dos pacientes obtém resultados satisfatórios e uma recuperação rápida.

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